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Capítulo 8: CAPÍTULO VII
INSTINTO

Página 235

Muitas abelhas são parasitárias e põem sempre os seus ovos nos ninhos de abelhas de outros tipos. Este caso é mais notável que o do cuco; pois nestas abelhas não só os instintos mas a estrutura se encontram modificados em conformidade com os seus hábitos parasitários; pois não têm o aparelho recolector de pólen que seria necessário se tivessem de armazenar alimento para as próprias crias. Também algumas espécies de Sphegidae (insectos vespídeos) parasitam outros insectos; e M. Fabre mostrou recentemente boas razões para crer que, apesar de a Tachytes nigra construir geralmente a sua própria toca e a abastecê-la de presas paralisadas, para servirem de alimento às suas larvas, quando este insecto encontra uma toca já feita e abastecida por outra spbex, tira partido do prémio e torna-se parasitária nessa ocasião. Neste caso, como no suposto caso do cuco, não vejo a dificuldade de a selecção natural tornar permanente um hábito ocasional, se nisso houver vantagem para a espécie e se o insecto cujo ninho e alimento armazenado são assim malvadamente apropriados não for exterminado.

Instinto escravizador. - Este notável instinto foi primeiro descoberto na Formica (Polyerges) rufescens por Pierre Huber, um melhor observador mesmo do que o seu célebre pai. Esta formiga é absolutamente dependente das suas escravas; sem a sua ajuda, a espécie certamente extinguir-se-ia num só ano. Os machos e fêmeas férteis não trabalham. As operárias, ou fêmeas estéreis, embora muito enérgicas e corajosas na captura de escravas, não fazem qualquer outro trabalho. São incapazes de construir os próprios ninhos ou de alimentar as próprias larvas. Quando o velho ninho se torna inconveniente e têm de migrar, são as escravas que determinam a migração e transportam efectivamente as suas mestras nas mandíbulas.

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pág. 235 (Capítulo 8)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 235

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491