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Capítulo 8: CAPÍTULO VII
INSTINTO

Página 241
sanguinea britânica, que, como vimos, é menos auxiliada pelas suas escravas do que a mesma espécie na Suíça, não vejo qualquer dificuldade na ampliação e modificação desse instinto por selecção natural - supondo sempre que cada modificação é útil à espécie - até se ter formado uma formiga tão abjectamente dependente das suas escravas como a Formica rufescens.

O instinto produtor de alvéolos da abelha-operária. - Não vou entrar aqui em detalhes ínfimos acerca deste assunto, mas apresentarei apenas um esboço das conclusões a que cheguei. Só um pobre de espírito pode examinar a delicada estrutura de um favo, tão maravilhosamente adaptada para o seu fim, sem admiração entusiástica. Dizem-nos os matemáticos que as abelhas praticamente resolveram um problema obscuro e construíram os seus alvéolos com a forma apropriada para conter a maior quantidade possível de mel e consumir a menor quantidade possível da preciosa cera na sua construção. Observou-se que um artífice experiente, munido de ferramentas e medições adequadas, teria muita dificuldade em fazer alvéolos de cera com a forma correcta, embora isto seja perfeitamente realizado por uma multidão de abelhas a trabalhar numa colmeia escura. Conceda-se os instintos que se queira e parece a início inteiramente inconcebível como conseguem fazer todos os ângulos e planos necessários ou sequer perceber quando estão feitos correctamente. Mas a dificuldade não é tão grande como à primeira vista parece: pode-se mostrar, segundo creio, que todo este belo trabalho decorre de alguns instintos muito simples.

Fui levado a investigar este assunto pelo Sr. Waterhouse, que mostrou que a forma do alvéolo está intimamente relacionada com a presença de alvéolos adjacentes; e a seguinte perspectiva pode talvez ser considerada apenas como uma modificação da sua teoria.

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pág. 241 (Capítulo 8)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 241

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491