sanguinea britânica, que, como vimos, é menos auxiliada pelas suas escravas do que a mesma espécie na Suíça, não vejo qualquer dificuldade na ampliação e modificação desse instinto por selecção natural - supondo sempre que cada modificação é útil à espécie - até se ter formado uma formiga tão abjectamente dependente das suas escravas como a
Formica rufescens.
O instinto produtor de alvéolos da abelha-operária. - Não vou entrar aqui em detalhes ínfimos acerca deste assunto, mas apresentarei apenas um esboço das conclusões a que cheguei. Só um pobre de espírito pode examinar a delicada estrutura de um favo, tão maravilhosamente adaptada para o seu fim, sem admiração entusiástica. Dizem-nos os matemáticos que as abelhas praticamente resolveram um problema obscuro e construíram os seus alvéolos com a forma apropriada para conter a maior quantidade possível de mel e consumir a menor quantidade possível da preciosa cera na sua construção. Observou-se que um artífice experiente, munido de ferramentas e medições adequadas, teria muita dificuldade em fazer alvéolos de cera com a forma correcta, embora isto seja perfeitamente realizado por uma multidão de abelhas a trabalhar numa colmeia escura. Conceda-se os instintos que se queira e parece a início inteiramente inconcebível como conseguem fazer todos os ângulos e planos necessários ou sequer perceber quando estão feitos correctamente. Mas a dificuldade não é tão grande como à primeira vista parece: pode-se mostrar, segundo creio, que todo este belo trabalho decorre de alguns instintos muito simples.
Fui levado a investigar este assunto pelo Sr. Waterhouse, que mostrou que a forma do alvéolo está intimamente relacionada com a presença de alvéolos adjacentes; e a seguinte perspectiva pode talvez ser considerada apenas como uma modificação da sua teoria.