Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 8: CAPÍTULO VII
INSTINTO

Página 255
da selecção natural?

Em primeiro lugar, recorde-se que temos inumeráveis exemplos, nas nossas produções domésticas e nas que se encontram em estado de natureza, de todos os géneros de diferenças de estrutura que ficaram correlacionadas com certas idades e a um ou outro sexo. Temos diferenças correlacionadas não só com um sexo, mas com aquele único período breve em que o sistema reprodutivo está activo, como na plumagem nupcial de muitas aves e nas mandíbulas aduncas do macho do salmão. Temos inclusive diferenças ligeiras nos cornos de diferentes linhagens de gado bovino relativamente a um estado artificialmente imperfeito do sexo masculino; porquanto os bois de certas linhagens têm cornos mais longos do que os de outras linhagens, por comparação com os cornos dos touros ou vacas destas mesmas linhagens. Portanto, não vejo uma dificuldade real em qualquer carácter se ter correlacionado com a condição estéril de certos membros de comunidades de insectos: a dificuldade está em compreender como tais modificações de estrutura correlacionadas podiam ter sido lentamente acumuladas por selecção natural.

Esta dificuldade, embora pareça insuperável, é diminuída, ou, segundo creio, desaparece, quando relembramos que a selecção pode ser aplicada à família bem como ao indivíduo, e pode assim alcançar o fim desejado. Portanto, um legume saboroso é cozinhado e o indivíduo é destruído; mas o horticultor semeia as sementes da mesma casta e espera confiantemente obter quase a mesma variedade; os criadores de gado bovino querem que a carne e a gordura estejam bem misturadas; o animal foi abatido, mas o criador recorre confiantemente à mesma família. A minha confiança nos poderes da selecção é tal que não duvido de que se possa formar lentamente

<< Página Anterior

pág. 255 (Capítulo 8)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 255

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491