Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 8: CAPÍTULO VII
INSTINTO

Página 254
A questão de como as operárias se tornaram estéreis é uma dificuldade; mas não muito maior do que qualquer outra impressionante modificação de estrutura; pois pode-se mostrar que alguns insectos e outros animais articulados em estado de natureza se tornam ocasionalmente estéreis; e se tais insectos fossem sociais e se fosse vantajoso para a comunidade que nascessem anualmente certo número de indivíduos capazes de trabalhar mas incapazes de procriar, não vejo grande dificuldade nisto se realizar através da selecção natural. Mas tenho de pôr de lado esta dificuldade preliminar. A grande dificuldade está na enorme diferença entre as formigas operárias e, simultaneamente, os machos e as fêmeas férteis, no que se refere à estrutura, à forma do tórax, à ausência de asas e, por vezes, de olhos e ao instinto. No que se refere exclusivamente ao instinto, a prodigiosa diferença neste aspecto entre as operárias e as fêmeas perfeitas teria sido muito mais bem exemplificada pela abelha-operária. Se uma formiga operária ou outro insecto assexuado fosse um animal no estado normal, eu teria pressuposto sem hesitar que todos os seus caracteres tinham sido lentamente adquiridos através da selecção natural; nomeadamente, por um indivíduo ter nascido com uma ligeira modificação vantajosa de estrutura, sendo esta herdada pelos seus descendentes, que mais uma vez variaram e mais uma vez foram seleccionados, e assim sucessivamente. Mas, no caso da formiga operária, temos um insecto que difere amplamente dos seus pais e no entanto é absolutamente estéril; de modo que nunca poderia ter transmitido à sua progénie modificações de estrutura ou instinto adquiridas sucessivamente. Pode-se muito bem perguntar: como é possível reconciliar este caso com a teoria

<< Página Anterior

pág. 254 (Capítulo 8)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 254

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491