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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 279
Que a sua fertilidade, além de eminentemente susceptível a condições favoráveis e desfavoráveis, é inatamente variável. Que de nenhum modo tem sempre o mesmo em grau no primeiro cruzamento e nos híbridos produzidos a partir deste cruzamento. Que a fertilidade dos híbridos não está relacionada com o grau em que se assemelha a um ou outro progenitor na sua aparência externa. Finalmente, que a facilidade de fazer um primeiro cruzamento entre quaisquer duas espécies não é sempre regida pela sua afinidade sistemática ou grau de semelhança mútua. Esta última afirmação é claramente demonstrada pelos cruzamentos recíprocos entre as mesmas duas espécies, pois conforme se usar uma ou outra espécie como pai ou mãe, isto fará geralmente alguma diferença, e ocasionalmente a mais ampla diferença possível, na facilidade de realizar uma união. Além disso, os híbridos produzidos a partir de cruzamentos recíprocos diferem frequentemente em fertilidade.

Ora, indicarão estas regras complexas e singulares que as espécies foram dotadas de esterilidade simplesmente para impedir que a sua natureza se tornasse confusa? Penso que não. Pois por que razão diferiria a esterilidade em tão elevado grau, quando se cruzam várias espécies, de todas as quais temos de supor que seria igualmente importante impedir que se misturassem? Por que razão seria o grau de esterilidade inatamente variável nos indivíduos da mesma espécie? Por que razão algumas espécies se cruzariam com facilidade, produzindo híbridos muito estéreis, cruzando-se outras espécies com extrema dificuldade, porém produzindo híbridos razoavelmente férteis? Porque haveria frequentemente uma diferença tão grande no resultado de um cruzamento recíproco entre as mesmas duas espécies? Poder-se-ia mesmo perguntar por que razão foi de todo permitida a produção de híbridos.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 279

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491