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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 280
Conceder às espécies o poder especial de produzir híbridos impedindo depois a sua propagação por meio de diferentes graus de esterilidade, não estritamente relacionados com a facilidade da primeira união entre os seus progenitores, parece uma estranha ordenação.

As regras e factos anteriores, por outro lado, parecem-me claramente indicar que a esterilidade dos primeiros cruzamentos e dos híbridos é simplesmente dependente ou subordinada a diferenças desconhecidas, sobretudo nos sistemas reprodutivos, das espécies que são cruzadas. Tendo estas diferenças uma natureza tão peculiar e limitada, que, em cruzamentos recíprocos entre duas espécies o elemento sexual masculino de uma não raro agirá livremente sobre o elemento sexual feminino da outra, mas não inversamente. Será aconselhável explicar um pouco mais detalhadamente através de um exemplo o que entendo por a esterilidade depender de outras diferenças, em vez de se tratar de uma qualidade especialmente dotada. Como a capacidade de uma planta para ser enxertada ou inserida noutra é de tal maneira irrelevante para o seu bem-estar em estado de natureza, presumo que ninguém suporá que esta capacidade é uma qualidade especialmente dotada, mas admitirá que depende de diferenças nas leis de crescimento das duas plantas. Podemos por vezes ver a razão por que uma árvore não aceita outra, por diferenças no seu ritmo de crescimento, na dureza da sua madeira, no período de fluxo ou natureza da sua seiva, etc.; mas numa multidão de casos não podemos atribuir qualquer razão que seja. A grande diversidade no tamanho de duas plantas, uma lenhosa e a outra herbácea, uma sempervirente e a outra decídua, nem sempre impede que as duas enxertem reciprocamente. Como na hibridização, também na enxertia

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 280

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491