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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 281
a capacidade é limitada pela afinidade sistemática, pois ninguém foi capaz de enxertar reciprocamente árvores pertencentes a famílias completamente distintas; e por outro lado, espécies intimamente próximas e variedades da mesma espécie podem usualmente, mas não invariavelmente, ser enxertadas com facilidade. Mas esta capacidade, como na hibridização, não é de modo algum absolutamente regida pela afinidade sistemática. Embora muitos géneros distintos dentro da mesma família tenham sido enxertados reciprocamente, noutros casos, espécies do mesmo género não se aceitarão mutuamente. Pode-se enxertar muito mais facilmente a pereira no marmeleiro, que se classifica como género distinto, do que na macieira, que é um membro do mesmo género. Mesmo diferentes variedades de pereira aceitam com diferentes graus de facilidade o marmeleiro; assim também diferentes variedades do damasqueiro e do pessegueiro aceitam certas variedades da ameixeira.

Como Gärtner descobriu que havia por vezes uma diferença inata em diferentes indivíduos das mesmas duas espécies no cruzamento; também Sagaret acredita ser isto o que acontece com diferentes indivíduos das mesmas duas espécies ao serem enxertadas reciprocamente. Como nos cruzamentos recíprocos a facilidade de efectuar uma união está frequentemente longe de ser igual, o mesmo também sucede por vezes na enxertia; a uva-espim comum, por exemplo, não pode ser enxertada na groselha, ao passo que a groselha aceitará, embora com dificuldade, a uva-espim.

Vimos que a esterilidade dos híbridos, que têm os seus órgãos reprodutivos numa condição imperfeita, é um caso muito diferente do da dificuldade de unir duas espécies puras, que" têm os seus órgãos reprodutivos perfeitos; no entanto, estes dois casos distintos são, até certo ponto, paralelos.

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pág. 281 (Capítulo 9)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 281

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491