Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 285
Por outro lado, uma espécie num grupo resistirá por vezes a grandes mudanças de condições, com a fertilidade intacta; e determinadas espécies num grupo produzirão híbridos invulgarmente férteis. Ninguém sabe, antes de o experimentar, se qualquer animal particular procriará em cativeiro ou se qualquer planta em cultivo produzirá semente livremente; e tão-pouco sabe, até o tentar, se quaisquer duas espécies de um género produzirão híbridos muito mais livremente quando fertilizadas com o pólen de espécies distintas, do que quando autofertilizadas com o seu próprio pólen.

Vemos assim que, embora haja uma diferença clara e fundamental entre a mera adesão de castas enxertadas e a união dos elementos masculino e feminino no acto reprodutivo, há um paralelismo rudimentar nos resultados da enxertia e do cruzamento de espécies distintas. E dado termos de olhar para as curiosas e complexas leis que regem a facilidade com que as árvores podem ser enxertadas umas nas outras como dependentes de diferenças desconhecidas nos seus sistemas vegetativos, assim creio que as leis ainda mais complexas que regem a facilidade dos primeiros cruzamentos dependem de diferenças desconhecidas, principalmente nos seus sistemas reprodutivos. Estas diferenças, em ambos os casos, seguem até certo ponto, como seria de esperar, a afinidade sistemática pela qual se procura exprimir todo o tipo de semelhança e dissemelhança entre seres orgânicos. Os factos de maneira nenhuma me parecem indicar que a maior ou menor dificuldade de ou enxertar ou cruzar reciprocamente várias espécies foi uma dotação especial; ainda que, no caso do cruzamento, a dificuldade seja tão importante para a persistência e estabilidade das formas específicas como irrelevante para o seu bem-estar no caso da enxertia.

<< Página Anterior

pág. 285 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 285

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491