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Capítulo 9: CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO

Página 286

Causas da esterilidade dos primeiros cruzamentos e dos híbridos. Podemos agora olhar um pouco mais atentamente para as causas prováveis da esterilidade dos primeiros cruzamentos e dos híbridos. Estes dois casos são fundamentalmente diferentes, porquanto, como se acabou de referir, na união de duas espécies puras os elementos sexuais masculino e feminino são perfeitos, ao passo que nos híbridos são imperfeitos. Mesmo nos primeiros cruzamentos, a maior ou menor dificuldade de efectuar uma união aparentemente depende de diversas causas distintas. Tem de haver por vezes uma impossibilidade física de o elemento masculino alcançar o óvulo, como seria o caso de uma planta com um pistilo demasiado longo para que os tubos de pólen alcançassem o ovário. Observou-se também que quando o pólen de uma espécie é colocado no estigma de uma espécie não muito próxima, embora os tubos de pólen sejam salientes, não penetram a superfície estigmática. Mais uma vez, o elemento masculino pode alcançar o elemento feminino, mas ser incapaz de causar o desenvolvimento de um embrião, como parece ter acontecido com algumas das experiências de Thuret sobre as Fuci. Não se pode dar explicação alguma destes factos, tal como não se pode dar razão alguma por que determinadas árvores não podem ser enxertadas noutras. Por fim, um embrião pode desenvolver-se e perecer precocemente. Não se deu suficiente atenção a esta última alternativa; mas creio, a partir de observações que me comunicou o Sr. Hewitt, muito experiente na hibridização de aves galináceas, que a morte precoce do embrião é uma causa frequente de esterilidade em primeiros cruzamentos. Não estava a início minimamente inclinado a acreditar nesta perspectiva, já que os híbridos, uma vez nascidos, são geralmente saudáveis e longevos, como vemos no caso da mula comum.

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pág. 286 (Capítulo 9)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 286

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491