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Capítulo 10: CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO

Página 319
um período bastante longo, de modo a haver tempo suficiente para o lento processo de variação; pelo que o depósito terá geralmente de ser muito espesso; e as espécies que sofrem modificação terão de ter vivido na mesma área durante todo este tempo. Mas vimos que uma formação fossilífera espessa só pode ser acumulada durante um período de subsidência; e, para manter a profundidade aproximadamente igual, o que é necessário para permitir que a mesma espécie viva no mesmo espaço, a reserva de sedimento tem quase de ter contrabalançado a quantidade de subsidência. Mas este mesmo movimento de subsidência tenderá frequentemente a afundar a área de onde provém o sedimento e, assim, diminuir a reserva, enquanto prossegue o movimento descendente. Na verdade, este equilíbrio quase exacto entre a reserva de sedimento e a quantidade de subsidência é provavelmente uma contingência rara; pois mais do que um paleontólogo observou que depósitos muito espessos são normalmente destituídos de vestígios orgânicos, excepto próximo dos seus limites superiores ou inferiores.

Pareceria que a acumulação de cada formação distinta, como toda a pilha de formações em qualquer região, foi em geral intermitente. Quando observamos, como tão frequentemente acontece, uma formação composta por camadas de diferente composição mineralógica, podemos razoavelmente suspeitar de que o processo de deposição foi muito interrompido, dado que uma mudança nas correntes marítimas e uma reserva sedimentar de natureza diferente dever-se-ão geralmente ao facto de as mudanças geográficas exigirem muito tempo. Tão-pouco a inspecção mais meticulosa de uma formação dará qualquer ideia do tempo consumido pela sua deposição. Poder-se-ia dar muitos exemplos de camadas com apenas alguns

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pág. 319 (Capítulo 10)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 319

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491