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Capítulo 2: CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO

Página 33
para outra finalidade; quando comparamos as muitas linhagens de cães, cada qual benéfica para o homem de diferentes maneiras; quando comparamos o galo de luta, tão pertinaz no combate, com outras linhagens tão pouco conflituosas, com «poedeiras perpétuas» que nunca desejam empoleirar-se, e com a galinha-de-bantam, tão pequena e elegante; quando comparamos a multidão de variedades de plantas agrícolas, culinárias, pomareiras e flores de jardim, utilíssimas ao homem em diferentes estações e para diferentes finalidades, ou tão belas aos seus olhos, creio que temos de observar algo mais do que mera variabilidade.

*À letra: «vira-espeto». Em Inglaterra, desde o final do século XVI (a mais antiga referência conhecida ao turnspit é de 1576) até ao século XIX, estes cães, de pernas curtas e robustas e corpo comprido, eram especialmente criados para o trabalho nas cozinhas, onde os colocavam numa roda giratória, dentro de uma gaiola, ligada ao espeto, de maneira a mantê-lo em rotação contínua com o esforço do animal. [N.T.]

Não podemos pressupor que todas as linhagens foram subitamente produzidas tão perfeitas e úteis como hoje as vemos; na verdade, em muitos casos, sabemos que a sua história não foi assim. A chave é o poder humano da selecção cumulativa: a natureza oferece variações sucessivas; o homem acumula-as numa certa direcção que lhe é útil. Neste sentido, pode-se afirmar que o homem faz linhagens úteis para si próprio.

O grande poder deste princípio da selecção não é hipotético. É certo que muitos dos nossos ilustres criadores, mesmo no período de uma única vida, modificaram em grande medida algumas linhagens de gado bovino e carneiros. Para compreender completamente o que eles fizeram, é quase necessário ler uma grande parte dos muitos tratados dedicados a este assunto e inspeccionar os animais.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 33

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491