dispor na mesma ordem as diversas formações nas duas regiões, de acordo com a sucessão geral das formas de vida, e a ordem daria a falsa impressão de ser estritamente paralela; não obstante, as espécies não seriam de todo as mesmas nas camadas aparentemente correspondentes nas duas regiões.
Sobre as afinidades entre espécies extintas e entre estas e as formas vivas. - Observemos agora as afinidades mútuas das espécies extintas e vivas. Todas se subsumem num grande sistema natural; e este facto explica-se desde logo pelo princípio de descendência. Regra geral, quanto mais antiga qualquer forma é, mais difere das formas que vivem no presente. Mas, como Buckland observou há muito, pode-se classificar todos os fósseis ou em grupos ainda existentes ou entre eles. Ê indisputável que as formas de vida extintas ajudam a preencher os amplos intervalos entre os géneros, famílias e ordens existentes. Pois se limitamos a nossa atenção exclusivamente às formas vivas ou às extintas, a série é muito menos perfeita do que se combinarmos ambas num só sistema geral. A propósito dos vertebrados, poder-se-ia encher páginas inteiras com impressionantes ilustrações do nosso grande paleontólogo, Owen, que mostram como os animais extintos se inserem entre os grupos existentes. Cuvier classificou os ruminantes e paquidermes como as duas mais distintas ordens de mamíferos; mas Owen descobriu tantos elos fósseis, que teve de alterar toda a classificação destas duas ordens; e colocou certos paquidermes na mesma subordem que os ruminantes: por exemplo, Owen dissolve através de gradações subtis a diferença aparentemente vasta entre o porco e o camelo. A propósito dos invertebrados, Barrande, e aqui seria impossível citar maior autoridade, afirma que