Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 12: CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Página 393
Já em 1747, tais factos levaram Gmelin a concluir que as mesmas espécies teriam de ter sido independentemente criadas em diversos pontos distintos; e poderíamos ter permanecido na mesma crença, não tivessem Agassiz e outros chamado vivamente a atenção para o período glacial, que, como veremos de imediato, proporciona uma explicação simples destes factos. Temos indícios de quase todos os tipos concebíveis, orgânicos e inorgânicos, de que num período geológico muito recente, a Europa Central e a América do Norte estiveram sujeitas a um clima árctico. As ruínas de uma casa destruída pelo fogo não contam a sua história de uma maneira mais visível do que as montanhas da Escócia e de Gales, com os seus flancos estriados, superfícies polidas e pedregulhos empoleirados, das correntes geladas que há não muito tempo enchiam os seus vales. Tão grande foi a mudança de clima na Europa que, no Norte de Itália, moreias gigantes, deixadas por antigos glaciares, estão hoje cobertas por videiras e milho. Numa grande parte dos Estados Unidos, pedregulhos irregulares e rochas estriadas por icebergues à deriva e gelo litoral revelam claramente um período frio anterior.

A influência anterior do clima glacial na distribuição dos habitantes da Europa, como Edward Forbes no-lo explicou com notável clareza, consiste fundamentalmente no que se segue. Mas seguiremos com maior facilidade as mudanças supondo a lenta chegada de um novo período glacial que depois passa, como aconteceu antes. À medida que o frio se instalava e cada zona mais meridional se tornava adequada para seres árcticos e desadequada para os seus anteriores habitantes, mais temperados, estes seriam suplantados e as produções árcticas ocupariam os seus lugares. Ao mesmo tempo, os habitantes das regiões mais temperadas viajariam para sul, a menos que fossem impedidos por barreiras, caso em que pereceriam.

<< Página Anterior

pág. 393 (Capítulo 12)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 393

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491