Sir Charles Lyell informa-me também de que foi capturado um
Dyticus com um
Ancylus (um molusco de água doce semelhante a uma lapa), que aderira firmemente a este; e, uma vez, um escaravelho aquático da mesma família, um
Colymbetes, voou para bordo do
Beagle, a 45 milhas de distância da terra mais próxima: não se sabe até onde poderia voar com um vento forte favorável.
No que se refere às plantas, há muito que se conhece a enorme distribuição de muitas espécies de água doce e até de pântanos, tanto nos continentes como nas ilhas oceânicas mais remotas. Isto é extraordinariamente manifesto, como observou Alph. De Candolle, em grandes grupos de plantas terrestres, que têm apenas pouquíssimos membros aquáticos; pois estas últimas parecem alcançar de imediato, como que por consequência, uma distribuição muito ampla. Penso que este facto se explica por meios de dispersão favoráveis. Mencionei atrás que a terra, por vezes, ainda que raramente, adere em alguma quantidade aos pés e bicos das aves. As aves pernaltas, que frequentam as margens lamacentas dos lagos, ao levantar voo subitamente teriam com maior probabilidade os pés lamacentos. Posso mostrar que as aves desta ordem são as mais errantes e são ocasionalmente encontradas nas ilhas mais remotas e áridas em pleno oceano; não é provável que pousassem na superfície do mar, pelo que a terra não seria lavada dos seus pés; ao pousar, iriam seguramente para os seus locais preferidos, em água doce. Não creio que os botânicos estejam cientes de como a lama dos lagos está carregada de sementes; tentei diversas experiências pequenas, mas aqui vou apenas mencionar o exemplo mais impressionante: em Fevereiro peguei em três colheres de lama de três locais diferentes,