A Origem das Espécies - Cap. 13: CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação) Pág. 416 / 524

e obtendo uma refeição substancial de peixe provavelmente rejeitaria do seu estômago uma pequena bola contendo as sementes indigeridas do Nelumbium; ou as sementes poderiam ser largadas pela ave ao alimentar as suas crias, tal como sabemos que por vezes acontece com os peixes.

Ao considerar estes diversos meios de distribuição, devemos recordar que, aquando da formação inicial de um lago ou curso de água, por exemplo, numa ilhota em elevação, estarão desocupados; e uma única semente ou ovo terão uma probabilidade elevada de medrar. Apesar de haver sempre uma luta pela vida entre os indivíduos da espécie, por muito escassos que sejam, que já ocupam qualquer lago, como é pequena a quantidade de tipos, por comparação com os que existem em terra, a competição será provavelmente menos severa entre as espécies aquáticas do que entre as espécies terrestres; consequentemente, um intruso das águas de outra região teria maior probabilidade de se apoderar de um espaço do que no caso dos colonizadores terrestres. Deveríamos, além disso, relembrar que algumas, talvez muitas, produções de água doce são inferiores na escala da natureza e que temos razão para crer que seres tão inferiores mudam ou sofrem transformações menos rapidamente do que os superiores; e isto dará mais tempo do que a média para a migração das mesmas espécies aquáticas. Não devemos esquecer a probabilidade de muitas espécies terem tido antes uma distribuição tão contínua como é possível às produções de água doce, sobre áreas imensas, extinguindo-se subsequentemente nas regiões intermédias. Mas creio que a ampla distribuição das plantas de água doce e dos animais inferiores, quer retendo exactamente a mesma forma ou modificados até certo ponto, depende principalmente





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