Capítulo 13: CAPÍTULO XII DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
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O Sr. Windsor Earl fez algumas observações impressionantes a este respeito, no que se refere ao arquipélago malaio, o qual é atravessado perto de Celebes por um espaço de oceano profundo; e este espaço separa duas faunas mamíferas amplamente distintas. Num e noutro lado, as ilhas situam-se em bancos submarinos moderadamente profundos e são habitadas por quadrúpedes intimamente próximos ou idênticos. Sem dúvida, ocorrem algumas anomalias neste grande arquipélago e é muito difícil formar um juízo em alguns casos, devido à provável naturalização de certos mamíferos através da acção humana; mas a história natural deste arquipélago em breve se tornará muito mais clara pelo admirável zelo e as investigações do Sr. Wallace. Não tive ainda tempo de seguir este assunto em todas as outras partes do mundo; mas tanto quanto pude ver, esta relação geralmente verifica-se. Vemos as Ilhas Britânicas separadas da Europa por um canal pouco profundo, e os mamíferos são os mesmos em ambos os lados; encontramos factos análogos em muitas ilhas separadas da Austrália por canais semelhantes. As ilhas das Índias Ocidentais encontram-se sobre um banco profundamente submerso, quase a mil braças de profundidade, e aí encontramos formas americanas, mas as espécies e até os géneros são distintos. Como a quantidade de modificação depende até certo ponto do intervalo de tempo, e como durante as mudanças de nível é óbvio que as ilhas separadas do continente por canais pouco profundos são mais susceptíveis de terem estado em ligação contínua ao continente num período recente do que as ilhas separadas por canais mais profundos, podemos compreender a frequente relação entre a profundidade do mar e o grau de afinidade entre os habitantes mamíferos insulares e os de um continente vizinho - uma relação inexplicável com base na perspectiva de actos de criação independentes.
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