Ao considerar a ampla distribuição de determinados géneros, deveríamos ter em mente que alguns são extremamente antigos e têm de ter divergido de um antecessor comum numa época remota; pelo que, em tais casos, terá havido bastante tempo para grandes mudanças climáticas e geográficas e para acidentes de transporte; e, consequentemente, para a migração de algumas das espécies para todas as partes do mundo, onde se poderão ter modificado ligeiramente, relativamente às suas novas condições. Há também alguma razão para crer, a partir de indícios geológicos, que os organismos inferiores na escala em cada grande classe geralmente mudam a um ritmo mais lento do que as formas superiores; e, consequentemente, as formas inferiores terão tido uma maior probabilidade de se distribuírem amplamente e preservarem ainda o mesmo carácter específico. Este facto, juntamente com o de as sementes e ovos de muitas formas inferiores serem minúsculos e mais bem adaptados ao transporte em grandes distâncias, provavelmente explica uma lei que há muito se tem observado e que há não muito tempo foi admiravelmente discutida por Alph. De Candolle, no que se refere às plantas, nomeadamente, de que quanto mais inferior é qualquer grupo de organismos, maior a sua tendência para ter uma distribuição ampla.
As relações que acabamos de discutir - nomeadamente, a maior distribuição dos organismos inferiores e que mudam lentamente, por comparação aos organismos superiores, algumas espécies de géneros com distribuição ampla terem elas próprias distribuição ampla, factos como a proximidade entre produções alpinas, lacustres e de pântanos (com as excepções atrás especificadas) às das planícies e terras secas circundantes, embora estes locais sejam muito diferentes,