A Origem das Espécies - Cap. 13: CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação) Pág. 436 / 524

a própria relação íntima das espécies distintas que habitam as ilhotas do mesmo arquipélago, e especialmente a relação impressionante entre os habitantes de cada arquipélago ou ilha inteiros e os do continente mais próximo são, segundo creio, completamente inexplicáveis com base na perspectiva comum da criação independente de cada espécie, mas explicáveis segundo a perspectiva da colonização a partir da fonte mais próxima e disponível, juntamente com a subsequente modificação e melhor adaptação dos colonizadores aos seus novos ambientes.

Resumo do presente capítulo e do anterior. - Nestes capítulos, procurei mostrar que, se tivermos em consideração a nossa ignorância dos efeitos totais de todas as mudanças do clima e do nível do terreno, que certamente ocorreram no período recente, e de outras mudanças similares que possam ter ocorrido no mesmo período; se relembrarmos quão profundamente ignorantes somos no que se refere aos muitos e curiosos meios de transporte ocasional - um assunto que dificilmente terá sido objecto de experiências apropriadamente realizadas; se tivermos em mente quão amiúde uma espécie se terá distribuído continuamente numa área ampla, tendo-se então extinguido nas zonas intermédias, penso que as dificuldades em crer que todos os indivíduos da mesma espécie, onde quer que estejam, descendem das mesmas antecessoras não são insuperáveis. E somos levados a esta conclusão, à qual muitos naturalistas chegaram sob a designação de «centros individuais de criação», por algumas considerações gerais, mais especialmente pela importância das barreiras e da distribuição analógica dos subgéneros, géneros e famílias.

No que se refere às espécies distintas pertencentes ao mesmo género, que, segundo a minha teoria,





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