Podemos ver claramente a razão de todos os habitantes de um arquipélago, embora especificamente distintos nas diversas ilhotas, serem intimamente próximos entre si, e também aparentados, mas menos intimamente, com os do continente mais próximo ou outra fonte provável de imigrantes. Podemos ver por que razão em duas áreas, por muito distantes entre si, haveria uma correlação, na presença de espécies idênticas, de variedades, espécies duvidosas e espécies distintas mas representativas.
Como frequentemente insistiu o falecido Edward Forbes, há um impressionante paralelismo nas leis da vida através do tempo e do espaço: sendo as leis que regem a sucessão de formas no passado quase idênticas às que no presente regem as diferenças em diferentes áreas. Observamos isto em muitos factos. A persistência de cada espécie e grupo de espécies é temporalmente contínua; pois as excepções à regra são tão poucas que se pode razoavelmente atribuí-las ao facto de não termos ainda descoberto num depósito intermédio as formas que estão aí ausentes, mas que ocorrem abaixo e acima: assim, no espaço, a continuidade da área habitada por uma só espécie ou por um grupo de espécies é certamente a regra geral; e as excepções, que não são raras, podem, como procurei mostrar, ser explicadas pela migração num período anterior, em condições diferentes ou por meios ocasionais de transporte, e pela extinção das espécies nas regiões intermédias. No tempo e no espaço, as espécies e os grupos de espécies têm o seu ponto máximo de desenvolvimento. Os grupos de espécies, que pertencem ou a um certo período ou a uma certa área, são frequentemente caracterizados por caracteres triviais comuns, como a textura ou a coloração. Ao observar a longa sucessão das épocas, como