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Capítulo 14: CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.

Página 447
Se os ornitorrincos tivessem um revestimento de penas em vez de pêlo, creio que este carácter exterior e trivial seria considerado pelos naturalistas como um auxiliar tão importante na determinação do grau de afinidade desta estranha criatura com as aves e répteis como uma aproximação estrutural em qualquer órgão interno importante.

A importância classificativa dos caracteres triviais depende sobretudo da sua correlação com diversos outros caracteres de maior ou menor importância. O valor efectivo de um agregado de caracteres é muito evidente na história natural. Portanto, como muitas vezes se observou, uma espécie pode, em diversos caracteres, ambos de elevada importância fisiológica e quase universalmente predominantes, afastar-se das espécies que lhe são próximas, e no entanto deixar-nos sem qualquer dúvida sobre como a devíamos classificar. Portanto, além disso, constatou-se que uma classificação baseada em qualquer carácter único, por muito importante que possa ser, nunca foi bem-sucedida; pois nenhuma parte da organização é universalmente constante. Penso que só a importância de um agregado de caracteres, mesmo quando nenhum é importante, explica aquela afirmação de Lineu de que os caracteres não dão o género, mas o género dá os caracteres; pois esta afirmação parece basear-se numa apreciação de muitos pontos de semelhança triviais, demasiado ligeiros para serem definidos. Certas plantas, pertencentes às Malpighiáceas, produzem flores perfeitas e degradadas; nas últimas, como observou A. De Jussieu, «o maior número dos caracteres próprios da espécie, do género, da família, da classe, desaparece, e assim escarnece da nossa classificação». Mas quando as Aspicarpa produziram em França, durante muitos anos, apenas flores degradadas, que se afastam tão maravilhosamente numa série de pontos de estrutura mais importantes do tipo canónico dessa ordem, o Sr.

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pág. 447 (Capítulo 14)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 447

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491