No que se refere à quase universal esterilidade das espécies quando cruzadas pela primeira vez, a qual forma um contraste tão notável com a quase universal fertilidade das variedades quando cruzadas, tenho de remeter o leitor à recapitulação dos factos apresentados no final do Capítulo VIII, que me parecem mostrar conclusivamente que esta esterilidade é tanto uma dotação especial como o é a incapacidade de duas árvores para serem mutuamente enxertadas; mas que depende de diferenças constitutivas nos sistemas reprodutivos das espécies entrecruzadas. Vemos a verdade desta conclusão na vasta diferença de resultado, quando as mesmas duas espécies são reciprocamente cruzadas; isto é, quando uma espécie é primeiro usada como pai e então como mãe.
A fertilidade das variedades quando entrecruzadas e da sua prole mista não pode ser considerada universal; tão-pouco a sua muito geral fertilidade é surpreendente quando relembramos a improbabilidade de uma ou outra das suas constituições ou sistemas reprodutivos terem sofrido modificações profundas. Além disso, a maior parte das variedades com as quais se fez experiências foram produzidas sob domesticação; e como a domesticação aparentemente tende a eliminar a esterilidade, não devemos esperar também que produza esterilidade.