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Capítulo 15: CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO

Página 493

A esterilidade dos híbridos é um caso muito diferente da esterilidade dos primeiros cruzamentos, pois os seus órgãos reprodutivos são mais ou menos funcionalmente impotentes; enquanto nos primeiros cruzamentos os órgãos de ambos os lados se encontram numa condição perfeita. Como vemos continuamente que os organismos de todos os tipos se tornam em maior ou menor grau estéreis por as suas constituições terem sido perturbadas por condições de vida novas e ligeiramente diferentes, não temos de nos surpreender por os híbridos terem algum grau de esterilidade, pois dificilmente as suas constituições não terão sofrido perturbações por serem compostas de duas organizações distintas. Este paralelismo é sustentado por outra classe de factos análoga, mas directamente oposta; nomeadamente, que o vigor e fertilidade de todos os seres orgânicos aumentam com mudanças ligeiras nas suas condições de vida, e que a prole de formas ou variedades ligeiramente modificadas adquire maior vigor e fertilidade por serem cruzadas. Assim, por um lado, mudanças consideráveis nas condições de vida e cruzamentos entre formas muito modificadas diminuem a fertilidade; e, por outro lado, mudanças menores nas condições de vida e cruzamentos entre formas menos modificadas aumentam a fertilidade.

Passando à distribuição geográfica, as dificuldades encontradas na teoria da descendência com modificação são suficientemente graves. Todos os indivíduos da mesma espécie e todas as espécies do mesmo género, ou mesmo de um grupo mais elevado, têm de descender de antecessores comuns; e, portanto, por muito distantes e isoladas que sejam as partes do mundo onde se encontram hoje, têm de ter passado, no decorrer de gerações sucessivas, de uma parte para as outras. Não raro somos totalmente incapazes sequer de conjecturar como isto se poderia ter efectuado.

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pág. 493 (Capítulo 15)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 493

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491