A Origem das Espécies - Cap. 15: CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO Pág. 496 / 524

com os vestígios de progenitores dos grupos silurianos de fósseis? Pois certamente que segundo a minha teoria tais estratos têm de ter sido algures depositados nestas épocas antigas e completamente desconhecidas na história do mundo.

Só posso responder a estas questões e objecções graves sob o pressuposto de que o registo geológico é muito mais imperfeito do que acreditam a maioria dos geólogos. Não se pode objectar que não houve tempo suficiente para qualquer quantidade de mudança orgânica; pois o intervalo de tempo foi tão grande ao ponto de ser completamente inabarcável pelo intelecto humano. O número de espécimes em todos os nossos museus é absolutamente como nada comparado com as incontáveis gerações de incontáveis espécies que certamente existiram. Não seríamos capazes de reconhecer uma espécie como a antecessora de qualquer uma ou mais espécies se as examinássemos tão meticulosamente, a menos que tivéssemos também muitos dos elos intermédios aos seus estados no passado, ou antecedentes, e no presente; e dificilmente poderíamos esperar descobrir estes muitos ,elos, devido à imperfeição do registo geológico. Poder-se-ia nomear numerosas formas duvidosas existentes, que provavelmente são variedades; mas quem imagina que em épocas futuras se descobrirão tantos elos fósseis, que os naturalistas serão capazes de decidir, segundo a perspectiva comum, se estas formas duvidosas são ou não variedades? Na medida em que se desconheça a maior parte dos elos entre quaisquer duas espécies, se se descobrir qualquer elo ou variedade intermédia, este será simplesmente classificado como outra espécie distinta. Apenas uma pequena porção do mundo foi geologicamente explorada. Apenas seres orgânicos de certas classes podem ser preservados em condição fóssil, pelo menos em qualquer número considerável.





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