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Capítulo 3: CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA

Página 58
Portanto, creio que uma variedade bem marcada pode ser apropriadamente designada como «espécie incipiente»; mas a questão de esta crença ser ou não justificável tem de ser julgada pelo peso geral dos diversos factos e perspectivas apresentados ao longo desta obra.

Não é preciso supor que todas as variedades ou espécies incipientes alcançam necessariamente a categoria de espécies. Podem extinguir-se quando ainda se encontram neste estado incipiente, ou podem persistir como variedades durante períodos muito longos, como o Sr. Wollaston mostrou que aconteceu com as variedades de certos moluscos terrestres fósseis na Madeira. Se uma variedade prosperasse ao ponto de exceder numericamente a espécie antecessora, seria então classificada como a espécie e a espécie como a variedade; ou poderia acabar por suplantar e exterminar a espécie antecessora; ou ambas poderiam coexistir e serem classificadas como espécies independentes. Mas teremos de regressar a este assunto mais tarde.

A partir destas observações ver-se-á que considero o termo «espécie» como um termo aplicado arbitrariamente, em função da conveniência, a um conjunto de indivíduos intimamente semelhantes, que não difere essencialmente do termo «variedade», que se aplica a formas menos distintas e mais efémeras. O termo «variedade», mais uma vez, em comparação com as meras diferenças individuais, é também aplicado arbitrariamente e em função da mera conveniência.

Orientado por considerações teóricas, pensei que se pudesse obter alguns resultados interessantes no que diz respeito à natureza e relações das espécies que mais variam, catalogando todas as variedades em diversas floras bem desenvolvidas. A princípio parecia uma tarefa simples; mas o Sr.H.C. Watson, a quem muito devo pelos valiosos conselhos e assistência que me prestou nesta matéria, cedo me convenceu de que havia muitas dificuldades, como fez subsequentemente o Dr.

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pág. 58 (Capítulo 3)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 58

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491