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Capítulo 3: CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA

Página 62
Estes factos são obviamente importantes para a perspectiva de que as espécies são apenas variedades fortemente marcadas e permanentes; pois onde quer que se tenham formado muitas espécies do mesmo género ou onde o fabrico de espécies, se podemos usar essa expressão, tenha estado activo, deveríamos encontrar geralmente esta fábrica ainda em actividade, mais especialmente por termos toda a razão para pensar que o fabrico de novas espécies é um processo lento. E é isto o que certamente acontece, se consideramos as variedades como espécies incipientes; pois as minhas tabelas mostram claramente como regra geral que, onde quer que se tenham formado muitas espécies de um género, as espécies desse género apresentam um número de variedades, ou seja, espécies incipientes, acima da média. Não se trata de todos os géneros grandes sofrerem hoje muita variação, aumentando assim o número das espécies que contêm, ou de nenhum género pequeno sofrer hoje qualquer variação ou crescimento; pois se assim fosse, seria fatal para a minha teoria; na medida em que a geologia nos diz inequivocamente que os géneros pequenos, no longo intervalo de tempo, frequentemente se tornaram mais numerosos e que os géneros grandes atingiram frequentemente o auge, declinaram e desapareceram. Tudo o que queremos mostrar é que onde muitas espécies de um género se tenham formado, em média, muitas continuam a formar-se; e esta é uma afirmação verdadeira.

Há outras relações dignas de nota entre as espécies pertencentes a géneros grandes e as suas variedades reconhecidas. Vimos que não há qualquer critério infalível para distinguir espécies e variedades bem marcadas; e naqueles casos em que não foram encontrados elos intermédios entre formas duvidosas, os naturalistas são obrigados a chegar a uma determinação pela quantidade de diferença entre elas, julgando por analogia se esta quantidade é ou não suficiente para elevar uma ou ambas à categoria de espécie.

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 62

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491