Portanto, a quantidade de diferença é um critério muito importante para decidir se duas formas devem ser classificadas como espécies ou como variedades. Fries, no que se refere às plantas, e Westwood, no que se refere aos insectos, observaram que nos géneros grandes a quantidade de diferença entre as espécies é muitas vezes extraordinariamente pequena. Procurei testar isto numericamente através de médias e, tanto quanto a imperfeição dos meus resultados permite ver, estas confirmam sempre a perspectiva. Consultei também alguns observadores sagazes e muito experientes, que, depois de alguma reflexão, concordaram com esta perspectiva. Neste aspecto, portanto, as espécies dos géneros maiores assemelham-se mais a variedades do que as espécies dos géneros menores. Ou pode-se formular de outra maneira a questão, afirmando que nos géneros maiores, nos quais se produz hoje um número de variedades ou espécies incipientes acima da média, muitas das espécies já produzidas ainda se assemelham até certo ponto a variedades, pois a quantidade de diferença entre elas é menor do que o habitual.
Além disso, as espécies pertencentes aos géneros grandes estão mutuamente relacionadas, da mesma maneira que as variedades de qualquer espécie estão mutuamente relacionadas. Nenhum naturalista finge que rodas as espécies de um género são igualmente distintas entre si; podem geralmente ser divididas em subgéneros, secções, ou grupos menores. Como Fries muito bem observou, os grupos pequenos de espécies geralmente aglomeram-se como satélites em volta de outras espécies. E o que são variedades senão grupos de formas, desigualmente relacionadas entre si, aglomeradas em volta de certas formas - ou seja, em volta da espécie antecessora? Indubitavelmente, há um