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Capítulo 4: CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA

Página 78

Quando o crescimento numérico de uma espécie, devido a circunstâncias altamente favoráveis, é muitíssimo elevado numa pequena região, as epidemias - pelo menos, isto parece ocorrer geralmente com os nossos animais de caça - são uma consequência normal: e aqui temos uma restrição que é independente da luta pela vida. Mas mesmo algumas das ditas «epidemias» parecem causadas por vermes parasitas que foram extraordinariamente favorecidos, por alguma causa, talvez em parte pela facilidade de disseminação em grandes aglomerados de animais: e aqui entra em jogo um género de combate entre o parasita e a sua presa.

Por outro lado, em muitos casos, é absolutamente necessária uma grande quantidade de indivíduos da mesma espécie, relativamente ao número dos seus inimigos, para a sua preservação. Desta maneira podemos facilmente cultivar bastante milho e canola, etc., nos nossos campos, porque as sementes sobreabundam por comparação com o número de aves que delas se alimentam; tão-pouco podem as aves, apesar da sobreabundância de alimentos nesta estação, crescer numericamente na razão directa do fornecimento de sementes, dado que o seu número é restringido no Inverno: mas quem tentou sabe como é difícil obter sementes a partir de algumas espigas de trigo ou outras plantas semelhantes num jardim; perdi, neste caso, todas as sementes. Esta perspectiva de a grande abundância de uma casta da mesma espécie ser necessária à sua preservação explica, segundo creio, alguns factos singulares na natureza, tais como o de por vezes as plantas muito raras serem extraordinariamente abundantes nos poucos locais onde de facto ocorrem; e o de algumas plantas sociais serem sociais, isto é, abundantes em indivíduos, mesmo no limite máximo da sua distribuição.

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pág. 78 (Capítulo 4)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 78

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491