Porém, a bondosa terra engole a torrente e a grande mulher, alada como uma águia para poder voar, deve manter-se perdida no deserto por um tempo, pelos tempos, por metade de um tempo. O que é idêntico aos três dias e meio, ou anos, de outras partes do Apocalipse, e sig~ifica metade do nosso período de tempo.
E esta a última vez que a vemos. Daí em diante a Grande Mãe cósmica, coroada com todos os signos do zodíaco, vai para o deserto. A partir do momento em que fugiu, só temos tido virgens e prostitutas: meias mulheres, as meias mulheres da era cristã. Porque a grande mulher do cosmo pagão foi empurrada para um lugar selvagem, no final da velha época, e nunca mais lhe disseram que regressasse. Já a Diana de Éfeso, do Éfeso de João de Patmos, era uma paródia da grande mulher coroada de estrelas.
Talvez tenha sido um livro sobre o «mistério» desta Diana, e o seu ritual de iniciação, que deu origem ao Apocalipse nosso conhecido. A ser verdade, foi várias vezes rescrito até só restar dele um derradeiro reflexo, e um outro reflexo correspondente, o da grande mulher do cosmo «vista em vermelho». Oh, como nos cansam todos estes flagelos e pragas, e mortes no Apocalipse! Que infinito tédio, só de pensar naquele paraíso de joalheiro que, no final, a Nova Jerusalém é! Toda aquela anti-vida maníaca! Eles, os horríveis apóstolos da salvação, nem suportam a ideia de o sol e a lua existirem. Mas só por inveja.