E assim, trágica e torturada por todas as pardacentas cobras da vergonha e da dor modernas, vai lutando, combatendo pelo «melhor» que é, infelizmente, o melhor do que é mau. Hoje, todas as mulheres têm dentro de si um vasto lado de mulher-polícia. Andrómeda foi acorrentada nua a uma rocha, e o dragão do velho modelo enraivecia-se contra ela. A nossa pobre e moderna Andrómeda vê-se, porém, forçada a patrulhar as ruas mais ou menos vestida com uma farda de mulher-polícia, com uma espécie de bandeirola ou uma espécie de moca - ou não será aquilo a que se chama bastão? - encostada à camisa. E quem poderá salvá-la desta situação? Por mais vaporoso, branco ou virginal que o seu trajo seja, por baixo dele poderemos ver sempre as rugas ásperas da moderna mulher-polícia que faz o que pode, o melhor que pode.