No tempo de Jesus, os homens transformaram os céus num mecanismo de fatalidade e destino; numa prisão. Os cristãos fugiram dessa prisão negando por completo o corpo. Mas que fugas pequenas, infelizmente! Em especial, fugas por renúncia! - que eram as mais fatais evasões. A cristandade e a nossa civilização ideal foram uma longa evasão. Que deu origem a um sem número de mentiras e dores, dores que as pessoas hoje em dia conhecem, não ligadas a uma necessidade física, mas necessidade muito mais mortífera e vital. É melhor haver falta de pão do que haver falta de vida. Longa evasão esta, só com um fruto que é a máquina!
Perdemos o cosmo. O sol já não nos fortalece, e a lua também não. Para nós, a lua é negra em linguagem mística, e o sol é de sarapilheira.
Agora temos de recuperar o cosmo, e não é possível fazê-lo com um artifício. A grande gama de respostas que em nós morreram tem de regressar à vida. Foram necessários dois mil anos para as matarmos. Quem saberá dizer quanto tempo terá de passar para as trazermos à vida?
Quando oiço pessoas desta época queixarem-se de estarem sós, compreendo o que aconteceu. Perderam o cosmo. - O que nos falta não é nada humano nem pessoal.