Apocalipse - Cap. 6: Capítulo 6 Pág. 43 / 180

Porém, se resistirmos ao sol e dissermos: não passa de uma bola de gás! -, a autêntica e imanadora vitalidade da luz solar transformar-se-á, em nós, numa subtil, numa desintegradora força, e destruir-nos-á. O mesmo se passa com a lua, os planetas, as grandes estrelas. São nossos construtores ou desconstrutores. Não podemos evitá-lo.

Nós e o cosmo somos uma unidade. O cosmo é um imenso corpo vivo de que fazemos ainda parte. O sol é um grande coração com pulsações que nos percorrem as mais finas veias. A lua, um grande e cintilante centro nervoso que nos faz palpitar 'ternamente. Quem saberá dizer que poder tem sobre nós Saturno ou Vénus? Contudo, trata-se de um poder vital que nos percorre incessantemente e agita de uma forma extrema. E se negarmos Aldebarã, Aldebarã trespassar-nos-á com infinitos golpes de punhal. Quem não está comigo está contra mim! - é uma lei cósmica.

Ora acontece que tudo isto é uma verdade literal, como sabiam os homens desse grandioso passado, e voltarão a sabê-lo os do futuro.

No tempo de João de Patmos, os homens - em especial os cultos - tinham perdido quase por completo o cosmo. O sol, a lua, os planetas, em vez de serem aqueles que comungavam, que ligavam, que promoviam a vida, os seres esplêndidos, os seres espantosos, já tinham caído numa espécie de torpor; eram os arbitrários, os quase engenheiros mecânicos da fatalidade e do destino.





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