Nós e o cosmo somos uma unidade. O cosmo é um imenso corpo vivo de que fazemos ainda parte. O sol é um grande coração com pulsações que nos percorrem as mais finas veias. A lua, um grande e cintilante centro nervoso que nos faz palpitar 'ternamente. Quem saberá dizer que poder tem sobre nós Saturno ou Vénus? Contudo, trata-se de um poder vital que nos percorre incessantemente e agita de uma forma extrema. E se negarmos Aldebarã, Aldebarã trespassar-nos-á com infinitos golpes de punhal. Quem não está comigo está contra mim! - é uma lei cósmica.
Ora acontece que tudo isto é uma verdade literal, como sabiam os homens desse grandioso passado, e voltarão a sabê-lo os do futuro.
No tempo de João de Patmos, os homens - em especial os cultos - tinham perdido quase por completo o cosmo. O sol, a lua, os planetas, em vez de serem aqueles que comungavam, que ligavam, que promoviam a vida, os seres esplêndidos, os seres espantosos, já tinham caído numa espécie de torpor; eram os arbitrários, os quase engenheiros mecânicos da fatalidade e do destino.