Apocalipse - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 86 / 180

Os Judeus foram um povo livresco e, desde sempre, grandes contabilistas que através dos séculos registaram os pecados. Porém, o símbolo judaico do livro servirá, com os seus sete selos, para fazermos a representação bastante razoável de um ciclo de sete; isto apesar de estar em causa um livro que se abre pedaço a pedaço, conforme os selos se vão quebrando; e embora eu, pessoalmente, não consiga ver como é possível que um livro em forma de rolo se abra realmente, a não ser depois de quebrados todos os selos. Contudo, trata-se apenas de um pormenor, de um problema entre mim e o apocalipta. Talvez haja apenas a intenção de abri-lo no final.

Admite-se que o leão de Judá é quem deva abrir o livro. Mas eis senão quando o régio animal sobe à cena e se transforma num Cordeiro com sete cornos (de poder, dos sete poderes ou forças) e com sete olhos (os velhos planetas de sempre). Há um medonho rugido de leões que nunca deixaremos de ouvir, e há um Cordeiro que nunca deixaremos de ver e manifesta aquela cólera. Tudo nos leva a crer que o Cordeiro de João de Patmos é o bom do velho leão vestido com pele de ovelha. Comporta-se como o mais terrível dos leões. Só João de Patmos insiste que se trata de um Cordeiro.





Os capítulos deste livro