Numa obra como esta, as explicações são suspeitas. Os sete candeeiros correspondem, porém, aos sete planetas (sol e lua incluídos), são sete Regentes dos céus que dominam a terra e a nós próprios nos dominam. O grande sol, que faz o dia e cria toda a vida na terra; a lua, que domina as marés e o nosso desconhecido ser físico, domina o período menstrual das mulheres e o ritmo sexual do homem; e além deles Marte, Vénus, Saturno, Júpiter e Mercúrio, as cinco grandes estrelas errantes que também são os nossos dias da semana e ainda agora nos governam tanto ou tão pouco como dantes. Sabemos que a vida vem do sol, mas o que nos vem das outras estrelas ignoramos. Reduzimos tudo à simples atracção gravitacional. Assim mesmo há estranhos e ténues fios que nos ligam à lua e às estrelas. Que esses fios exercem sobre nós um efeito físico, sabemo-lo pela lua. Mas o que se passa com as estrelas? A tal respeito, o que poderá dizer-se? Perdemos esse tipo de consciência.
Há, entretanto, a mise-en-scêne do drama do Apocalipse - se quisermos, chamemos-lhe céu. Trata-se, na verdade, da totalidade do cosmo como agora o temos: o já «incorrigível» cosmo.
O Todo-Poderoso tinha um livro na mão. E o livro é, sem dúvida, um símbolo judaico.