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Capítulo 27: Capítulo 27

Página 41
O que ocorreu? Simplesmente isto: os padres tinham formulado, de uma vez por todas e com a mais estrita meticulosidade, que tributos deveriam ser-lhe pagos, desde o maior até o menor (— não se esquecendo dos mais apetitosos cortes de carne, pois o padre é um grande consumidor de bifes); em suma, ele disse o que desejava ter, qual era a “vontade de Deus”... Desse tempo em diante as coisas se organizam de tal modo que o padre tornou-se indispensável em todos os lugares; em todos os importantes eventos naturais da vida, no nascimento, no casamento, na enfermidade, na morte, para não falar no “sacrifício” (ou seja, na ceia), o sacro-parasita se apresenta para os desnaturalizar — na sua linguagem, para os “santificar”... Pois é necessário salientar isto: que todo hábito natural, toda instituição natural (o Estado, a administração da Justiça, o casamento, os cuidados prestados aos doentes e pobres), tudo que é exigido pelo instinto vital, em suma, tudo que tem valor em si mesmo é reduzido a algo absolutamente imprestável e até transformado no oposto ao que é valoroso pelo o parasitismo dos padres (ou, se alguém preferir, pela “ordem moral do mundo”). O fato precisa de uma sanção — um poder para criar valores faz-se necessário, e tal poder só pode valorar através da negação da natureza... O padre deprecia e profana a natureza: esse é o preço para que possa existir. — A desobediência a Deus, ou seja, a desobediência ao padre, à lei, agora porta o nome de “pecado”; os meios prescritos para a “reconciliação com Deus” são, é claro, precisamente os que induzem mais eficientemente um indivíduo a sujeitar-se ao padre; apenas ele “salva”. Considerados psicologicamente, os “pecados” são indispensáveis em toda sociedade organizada sobre fundamentos eclesiásticos; são os únicos instrumentos confiáveis de poder; o padre vive do pecado; tem necessidade de que existam “pecadores”... Axioma Supremo: “Deus perdoa a todo aquele que faz penitência” — ou, em outras palavras, a todo aquele que se submete ao padre.

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pág. 41 (Capítulo 27)

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Capa do livro O AntiCristo
Páginas: 117
Página atual: 41

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 3
Capítulo 4 4
Capítulo 5 5
Capítulo 6 6
Capítulo 7 7
Capítulo 8 8
Capítulo 9 10
Capítulo 10 11
Capítulo 11 12
Capítulo 12 13
Capítulo 13 15
Capítulo 14 16
Capítulo 15 17
Capítulo 16 19
Capítulo 17 20
Capítulo 18 22
Capítulo 19 24
Capítulo 20 25
Capítulo 21 26
Capítulo 22 28
Capítulo 23 30
Capítulo 24 31
Capítulo 25 34
Capítulo 26 37
Capítulo 27 39
Capítulo 28 42
Capítulo 29 44
Capítulo 30 45
Capítulo 31 47
Capítulo 32 48
Capítulo 33 50
Capítulo 34 53
Capítulo 35 55
Capítulo 36 57
Capítulo 37 58
Capítulo 38 59
Capítulo 39 60
Capítulo 40 62
Capítulo 41 64
Capítulo 42 66
Capítulo 43 67
Capítulo 44 69
Capítulo 45 71
Capítulo 46 74
Capítulo 47 77
Capítulo 48 79
Capítulo 49 81
Capítulo 50 83
Capítulo 51 85
Capítulo 52 87
Capítulo 53 90
Capítulo 54 92
Capítulo 55 94
Capítulo 56 96
Capítulo 57 99
Capítulo 58 101
Capítulo 59 106
Capítulo 60 109
Capítulo 61 111
Capítulo 62 113
Capítulo 63 115
Capítulo 64 117