Paulo simplesmente deslocou o centro de gravidade daquela vida inteira para um local detrás desta existência — na mentira do Jesus “ressuscitado”. No fundo, a vida do salvador não lhe tinha qualquer utilidade — o que necessitava era de uma morte na cruz e de algo mais. Ver qualquer coisa honesta em Paulo, cuja casa estava no centro da ilustração estóica, quando converteu uma alucinação em uma prova da ressurreição do Salvador, ou mesmo acreditar na narrativa de que ele próprio sofreu essa alucinação — isso seria uma genuína
niaiserie (parvoíce) da parte de um psicólogo. Paulo desejava o fim; logo, também desejava os meios. — Aquilo que ele próprio não acreditava foi prontamente engolido por suficientes idiotas entre os quais disseminou seu ensinamento. — Seu desejo era o poder; em Paulo o padre novamente quis chegar ao poder — só podia servir-se de conceitos, ensinamentos e símbolos que tiranizam as massas e formam rebanhos. Qual parte do cristianismo Maomé tomou emprestada mais tarde? A invenção de Paulo, sua técnica para estabelecer a tirania sacerdotal e organizar rebanhos: a crença na imortalidade da alma — isto é, a doutrina do “julgamento”.