Rodolphe, àquela hora, dormia ainda. Era como se uma manhã de Primavera lhe entrasse pelo quarto.
As cortinas amarelas das vidraças deixavam passar suavemente urna loura luz velada. Emma entrava às apalpadelas, piscando os olhos, enquanto as gotas de orvalho suspensas dos bandós lhe formavam como que uma auréola de topázios a toda a volta do rosto. Rodolphe, rindo, puxava-a para si e apertava-a contrao coração.
Depois ela examinava o aposento, abria as gavetas dos móveis, penteava-se com o pente dele e mirava-se no espelho de fazer a barba. Muitas vezes até metia entre os dentes o pipo dum grande cachimbo que estava sobre a mesa-de-cabeceira, entre limões e pedaços de açúcar, ao pé dum jarro com água.
Precisavam de um bom quarto de hora para as despedidas. Então Emma chorava; quisera nunca mais se separar de Rodolphe. Qualquer coisa mais forte do que ela a puxava para ele, de tal modo que, um dia, vendo-a aparecer inesperadamente, Rodolphe franziu a testa como quem se sente contrariado.
- Que é que tens? - disse ela. - Estás doente? Fala para mim! Finalmente, ele declarou, com ar sério, que as visitas dela estavam a tornar-se imprudentes e que ela se comprometia.