Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 13: CAPÍTULO 13

Página 132
Que importa que eu esteja ligado a outra mulher, se o meu coração, a minha vida, só a ti pertencem?

- Cale-se, Sr. Fernando! Julga-me tão depravada que descesse a semelhante degradação? Oh! antes a morte mil vezes.

- Sei que possuis uma alma nobre, Rosa, mas nada mais queria senão provar-te que te amo e amarei sempre.

- Obrigada, muito obrigada por esse amor, mas permita-me que lhe diga que não posso crer em semelhante afeição, e, mesmo dado o caso que ela existisse, deveria acabar no momento em que se unisse a outra mulher. Enquanto a mim, eu já esperava tudo isto e a ninguém mais culpo se não a mim própria. Tivesse eu ao menos um coração insensível e frio como o têm muitas pessoas!...

- Perdoa-me, Rosa, perdoa-me, por quem és.

- Perdoo-lhe, Sr. Fernando - prosseguiu a rapariga, contendo a custo as lágrimas - , perdoo-lhe, porque o amo e amá-lo-ei até à morte: perdoo-lhe porque é um dever meu perdoar-lhe. Lembre-se, contudo, de quanto fiz pela sua causa e não se esqueça sobretudo que me roubou o mais precioso dote que uma mulher pode ter: a honra!... Depois, quando eu já não for deste mundo, peço-lhe que não se esqueça daquela que tanto o amou, e, como prémio desses momentos felizes que passámos juntos, vá derramar uma lágrima só sobre o pedaço de terra que me cobrir o corpo inerte. Oh! deve-me ela ser agradável, far-me-á talvez ainda pulsar o coração exangue...

- Rosa, filha da minha alma, não digas isso...

- Com franqueza, Fernandinho: O senhor, como médico não pressentiu em mim alguma coisa que me deve encurtar os dias da existência?

Fernando não respondeu.

- Fale, fale sem receio; bem vê que faço esta pergunta com toda a serenidade.

- Eu não pressinto nada.

- Oh! sei que não fala verdade, porque experimento os sintomas de uma enfermidade que muito breve me lançará na sepultura; a minha morte deverá até servir-lhe de grande alívio, e eu peço-a a Deus a todos os momentos.

<< Página Anterior

pág. 132 (Capítulo 13)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Rosa do Adro
Páginas: 202
Página atual: 132

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CAPÍTULO 1 1
CAPÍTULO 2 6
CAPÍTULO 3 9
CAPÍTULO 4 12
CAPÍTULO 5 20
CAPÍTULO 6 31
CAPÍTULO 7 45
CAPÍTULO 8 59
CAPÍTULO 9 67
CAPÍTULO 10 84
CAPÍTULO 11 91
CAPÍTULO 12 97
CAPÍTULO 13 117
CAPÍTULO 15 140
CAPÍTULO 16 157
CAPÍTULO 17 168
CAPÍTULO 18 181
CAPÍTULO 19 193