Apocalipse - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 20 / 180

Não era possível fazer com que os Judeus desistissem disto: estavam decididos a reinar na terra e, quando o templo de Jerusalém foi destruído pela segunda vez, por volta do ano 200 a. c., começavam a imaginar a vinda de um Messias militante e triunfante que conquistaria o mundo. Os cristãos retomaram esta ideia do Segundo Advento de Cristo, altura em que Jesus viria dar uma varridela final ao mundo dos pagãos e estabelecer uma autoridade de santos. Ao princípio modesta (durante cerca de 40 anos), João de Patmos estendeu esta autoridade de santos ao grande número redondo de um milhar de anos, e assim foi que o milénio tomou conta da imaginação humana.

Assim foi que o espírito do poder, inimigo do grande cristianismo, entrou sorrateiramente no Novo Testamento. No último dos últimos momentos, já o demónio estava expulso e bem expulso, esse espírito voltou a insinuar-se disfarçado com vestes apocalípticas e ele próprio se entronizou, no final do livro, como

Porque a Revelação, seja dito de uma vez por todas, é a revelação da imperecível vontade de poder que há no homem e a sua santificação, o seu derradeiro triunfo. Mesmo que precisemos de sofrer o martírio e nessa mesma ocasião todo o universo tenha de igual modo, de ser destruído, ainda assim, ainda assim, ainda assim, ó Cristão, irás reinar como um rei e assentarás o pé no pescoço dos velhos patrões!





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