A Brazileira de Prazins - Cap. 7: CAPÍTULO VI Pág. 56 / 202

suarento - que levasse o diabo a freguesia, que pouco tempo havia de aturar maçadas daquelas, para confessar uma bêbeda de uma velha que tinha bebido de mais na feira da póvoa e caíra de um valado abaixo. E ele? - perguntava - almoçou bem?

- Ora! Não há que perguntar, senhor! Aquilo, salvo seja, é como a cal de uma azenha. É quanto lhe deitarem para a tripa. Coisa assim! Subiu agora para lá o munes. Ai! Já me esquecia, é senhor abade! Olhe que na vila já perguntaram se cá na casa estavam hóspedes, porque vinham para cá muitas comidas. Que não vão eles pegar a desconfiar.. Esta pergunta à rapariga traz água no bico.

- E tu que respondeste, rapariga?

- Que vinham por cá jantar uns senhores padres, que agora era tempo de confesso...

- Andaste bem.

Quando o padre marcos rebelo subia à sala, pedindo licença a meio da escada, já o rei e o visconde vinham saindo da alcova - um, aprumado na atitude da majestade, o outro, na do respeito, muito composto.

- Pede licença na sua casa, dom prior? - disse el-rei.

O dom prior de Guimarães flectiu a perna direita; o soberano apressou-se a erguê-lo.

- Nada de etiquetas, já lho disse dúzias de vezes.

- Não posso nem devo proceder de outra maneira, senhor!

- Pode e deve que o mando eu.

E o abade, inclinando-se com os braços em cruz sobre a batina:

- Saberá vossa majestade que o Sr. Capitão-mor de santa marta, a quem vossa real majestade fez barão de Bouro...

- Bem sei... Aquele amável cavalheiro...

- Perfeito cavalheiro - atestou o nunes.

- Escreveu-me a carta que tenho a honra de depositar nas mãos da vossa majestade.

El-rei leu alto:

Amigo dom prior de Guimarães. - um realista do concelho de Famalicão chegou há pouco a esta casa, a fim de que eu escrevesse ao meu nobre e velho amigo para obter de S.





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