Apocalipse - Cap. 2: Capítulo 2 Pág. 10 / 180

«E os quatro animais, cada um deles tinha seis asas; e à roda, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não cessavam, de dia e de noite, de dizer: Santo, Santo, Santo, o Senhor Deus, omnipotente, o que era, e o que é, e o que há-de vir.»

Por causa do seu artificialismo pomposo, uma passagem como esta irritava e incomodava a minha mente infantil. Se acaso contém imagens, são imagens impossíveis de imaginar pois não vejo como podem quatro animais estar «à roda, e por dentro» «cheios de olhos», e como conseguem estar «no meio do trono, e ao derredor do trono». Não é possível que estejam aqui e além ao mesmo tempo. No entanto, o Apocalipse é assim.

Muitas das suas imagens são, além do mais, totalmente apoéticas e arbitrárias; algumas chegam mesmo a ser hediondas, como todas aquelas em que patinhamos no sangue, ou a da camisa do cavaleiro ensopada em sangue, ou a das pessoas que se lavam com o sangue do Cordeiro. Expressões como «ira do Cordeiro» são em si mesmas ridículas. No entanto, constituem a grande fraseologia e a imagística das igrejas dissidentes de todos os Templos da Inglaterra e da América, e de todos os Exércitos de Salvação. Desde sempre se disse que a religião instituída entre as massas incultas é a mais vital.





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