Quando, nos séculos III e II a. c., o culto samotrácio se espalhou pela Hélade, os gémeos transformaram-se nos Kabeiroi, ou Cabires, e voltaram a ter uma enorme e sugestiva influência sobre a mente dos homens. Os Cabires eram um impulso dirigido à velha ideia dos obscuros e misteriosos gémeos com ligações ao movimento do céu nublado e do ar, ao movimento da fertilidade e ao perpétuo e misterioso equilíbrio que entre os dois existe. O apocalipta vê-os com o seu aspecto maléfico, senhores de águas do céu e águas da terra que podem ser transformadas em sangue, e senhores das pragas que vêm do Hades: o aspecto celestial e infernal dos gémeos malfazejos.
Os Cabires estavam porém ligados a muitas coisas, e diz-se que o seu culto ainda subsiste em terras maometanas. Eram as duas criancinhas secretas, os homúnculos e os «rivais». Também estavam ligados ao trovão e a dois redondos meteoritos negros. Por isso lhes chamavam «filhos do trovão» e tinham poder sobre a chuva; ainda possuíam o poder de coalhar o leite, e o poder maléfico de transformar a água em sangue. Sendo trovejadores, de igual forma podiam rachar: rachar nuvens, ar e água.