Apocalipse - Cap. 6: Capítulo 6 Pág. 33 / 180

CINCO

E a Revelação constitui o prenúncio de tudo isto. Trata-se principalmente de qualquer coisa a que alguns psicólogos chamariam revelação de um frustrado objectivo de «superioridade» e de um canse quente complexo de inferioridade. No Apocalipse nada encontramos do lado positivo do cristianismo - a paz da meditação e a alegria do acta altruísta, a trégua de ambições e o prazer do conhecimento. Porque o Apocalipse é pelo lado não-individual da natureza humana, é escrito de acordo com o frustrado eu colectivo, ao passo que a meditação e o acta altruísta são próprios de indivíduos puros, isolados. De forma alguma o cristianismo puro pode servir uma nação ou a sociedade no seu todo. A Grande Guerra deixou isto claro. O cristianismo só serve indivíduos. O todo colectivo precisa de uma inspiração algo diferente.

Por mais repulsiva que seja a sua tendência predominante, o Apocalipse também possui uma inspiração diferente. É repulsivo porque ressoa com o perigoso rosnar do frustrado e reprimido eu colectivo; o vingativo, o frustrado espírito do poder que há no homem. No entanto, também há algo nele que é revelação do verdadeiro e positivo espírito do poder.





Os capítulos deste livro