Logo o seu início nos surpreende: «João, às sete igrejas que há na Ásia. Graças a vós outros, e paz, da parte DAQUELE QUE É, E QUE HÁ-DE VIR, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono; e da parte de Jesus Cristo, que é a testemunha fiel, o primogénito dos mortos, e o príncipe dos reis da terra, que nos amou e nos lavou dos nossos pecados no seu sangue. E nos fez sermos o reino e os sacerdotes, para Deus, e seu Pai; a ele, glória e império, por séculos dos séculos. Ámen. Ei-lo aí vem sobre as nuvens, e todo o olho o verá, e os que o traspassaram. E baterão nos peitos, ao vê-lo, todas as tribos da terra; assim se cumprirá. Ámen!»
Aqui temos, porém, um estranho Jesus muito diferente do Jesus da Galileia que vagabundeava à volta do lago. O texto prossegue: «Eu fui arrebatado em espírito num dia de domingo, e ouvi, por detrás de mim, uma pequena voz, como de trombeta, que dizia: ‘O que vês, escreve-o num livro.’ - E voltei-me, para ver a voz que falava comigo, e, assim voltado, vi sete candeeiros de ouro e, no meio dos sete candeeiros de ouro, um, semelhante ao Filho do Homem, vestido de uma roupa talar, e cingido, pelos peitos, com uma cinta de ouro; a sua cabeça, porém, e os seus cabelos, eram brancos como a lã branca, e como a neve, e os seus olhos pareciam uma como chama de fogo, e os seus pés eram semelhantes ao latão fino, quando está numa fornalha ardente, e a sua voz igualava o estrondo das grandes águas; e tinha na sua direita sete estrelas, e saía da sua boca uma espada aguda de dois fios, e o seu rosto resplandecia como o sol na sua força.