Apocalipse - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 96 / 180

Não obstante, ainda resta a viagem através do mundo subterrâneo onde o «eu» vivo terá ele próprio, que se despojar de alma e espírito antes de pode; emergir nu da remota porta do inferno, para entrar no novo dia. Porque a alma, o espírito e o «eu» vivo são as três naturezas divinas do homem. As quatro naturezas corporais são deixadas na terra. As duas naturezas divinas só podem ser despidas no Hades. E a última, que é uma chama pura, no novo dia recebe novas e sucessivas vestes, o corpo espiritual, o corpo-alma, e depois a «roupa» de carne com as suas quatro naturezas terrestres.

Não haja dúvidas de que o texto pagão registava esta passagem através do Hades, este despir da alma, e depois do espírito, até a morte mística se cumprir sextuplicadamente; e de que o sétimo selo é, ao mesmo tempo, o derradeiro trovão da morte e o primeiro péan trovejante do novo nascimento e de um tremendo júbilo.

A mentalidade judaica odeia, porém, a divindade moral e terrena do homem: e a mentalidade cristã faz o mesmo. Só posteriormente o homem é divino; quando morre e se dirige à glória. Não pode consumar a divindade na carne. Assim, os apocaliptas judeus e cristãos aboliram o mistério da aventura individual no Hades e substituíram-no por um grupo de almas em martírio que sob o altar clamam por vingança - a vingança, para os Judeus, era um dever sagrado.





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