E João Semana, dizendo isto, roçou as esporas pela barriga da égua e partiu, acompanhado de uma grande gargalhada do reitor, que era perdido por as anedotas de João Semana.
- Onde diabo vai este homem buscar estas coisas! - dizia o reitor, chorando de tanto que se ria.
E João Semana ia quase a dobrar a esquina, quando de novo o suspendeu a voz do padre, bradando-lhe:
- Ó João Semana; olha lá.
- Que é? - respondeu o facultativo já com certo mau humor.
- Tu queres que eu fique hoje sem jantar?
- É só uma pergunta.
- Dize.
- Não sabes que chegou ontem o Danielzito do Dornas?
- Como não sei? Pois não estive eu já com ele?
- Ah, sim? E então que te parece o homem?
- Que me há-de parecer? Bem - e depois acrescentou: - Bem e mal.
- Como é isso? Bem e mal!
- Sim, o rapaz é talentoso e nas cidades talvez fizesse figura; para aqui não serve.
- Ah! João Semana!... Ciúmes...
- Estás doido? Tomara eu que ele me descarregasse de parte desta tarefa, mas... Diz-me lá tu se aquele corpo franzino, aquela pele de mulher pode aturar metade, a quarta parte, a décima parte do que eu tenho aturado.