Iam sentar-se à mesa, quando chega a boa amiga de Versalhes, sem nada saber do que se passara. Vinha numa carruagem de seis cavalos, e bem se via a quem pertencia a equipagem. Entra com o ar imponente de uma pessoa de Corte que tem altas preocupações, saúda ligeiramente a companhia e, chamando à parte a bela St. Yves:
- Por que te fazes esperar assim? Acompanha-me. Eis os diamantes que esqueceste.
Não pode dizer tais palavras tão baixo que o Ingénuo as não ouvisse. Ele viu os diamantes. O irmão ficou embaraçado. O tio e a tia apenas experimentaram uma surpresa de boas criaturas que jamais haviam contemplado tal magnificência. O jovem, que amadurecera num ano de reflexões, fê-las malgrado seu, e pareceu perturbar-se um momento. A St. Yves percebeu; uma palidez mortal espalhou-se lhe no belo rosto; pôs-se a tremer, e mantinha-se a custo.
- Ah! - disse ela à fatal amiga. - Tu me perdeste! Tu me dás a morte!
Estas palavras traspassaram o coração do Ingénuo; mas já tinha aprendido a conter-se; nada disse, por medo de inquietar a noiva diante do irmão, mas empalideceu como ela.
A St. Yves, transtornada com a alteração que via no rosto do Ingénuo, arrasta a amiga para um corredor e atira-lhe os diamantes aos pés:
- Ah! Não foram esses diamantes que me seduziram, tu bem o sabes; mas aquele que mos deu nunca mais me tornará a ver.