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Capítulo 7: CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA

Página 186
menos perfeito do que em geral se supõe; devendo-se a imperfeição do registo sobretudo ao facto de os seres orgânicos não habitarem as profundezas marítimas e de os seus vestígios só serem incrustados e preservados para uma época do futuro em massas sedimentares suficientemente espessas e extensas para suportar uma enorme quantidade de degradação posterior; e tais massas fossilíferas só se podem acumular onde se depositam muitos sedimentos, em leitos marítimos pouco profundos, enquanto estes subsidem* lentamente. Estas contingências só raramente irão co-ocorrer, e depois de intervalos muitíssimo longos. Quando o leito marítimo se encontra estacionário ou em elevação, ou quando são pouquíssimos os sedimentos depositados, haverá lacunas na nossa história geológica. A crosta da Terra é um vasto museu; mas as colecções naturais foram reunidas apenas a intervalos de tempo imensamente remotos.

*Subsidência é um termo geológico que refere o aluimento da superfície terrestre por causas naturais ou artificiais. Ao contrário do que acontece em inglês, o verbo «subsidir» não está dicionarizado em português. Sendo a palavra de raiz latina, estando o substantivo «subsidência» dicionarizado e uma vez que Darwin usa o verbo «to subside» e este se refere a um termo técnico, não há qualquer razão para não usarmos também o verbo. [N.T.]

Mas pode-se reclamar que quando diversas espécies intimamente próximas habitam o mesmo território deveríamos seguramente encontrar hoje em dia muitas formas transicionais. Tomemos um exemplo simples: quando num continente viajamos de norte para sul, geralmente deparamo-nos a intervalos sucessivos com espécies intimamente próximas ou representativas, que evidentemente ocupam quase o mesmo espaço na economia natural da região.

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pág. 186 (Capítulo 7)

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 186

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491