Apocalipse - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 105 / 180

O sol, o grande sol, na medida em que é o velho sol de um já caduco dia cósmico, é odioso e malfazejo para a renascida e delicada coisa que eu sou. E porque ainda tem poder sobre o meu velho eu, e é hostil, fere-me no meu ser que se debate.

De igual forma, com a sua «velhidade» e com a sua caduca e abissal natureza, as águas do cosmo são prejudiciais à vida, em especial à vida humana. A grande Lua, mãe das minhas correntes de água interiores, é hostil, deletéria e odiosa à minha carne na medida em que é a velha lua morta e porque ainda tem poder sobre a minha antiga carne.

É este o significado inicial das «duas pragas»: um significado muito profundo, profundo de mais para João de Patmos. Os famosos gafanhotos da primeira praga, que emergem do abismo com a quinta Trombeta, são símbolos complexos mas não ininteligíveis. Não atingem o mundo vegetal, apenas os homens que não têm o novo sinal na testa. Torturam esses homens mas não podem matá-los porque se trata da pequena morte. E só podem torturá-los durante cinco meses que constituem uma estação, a estação do sol, mais ou menos uma terça parte do ano.

Ora acontece que estes gafanhotos parecem cavalos aparelhados para uma batalha, o que significa - cavalos, ó cavalos que são forças hostis ou poderes.

Como que têm cabelos de mulher; a flamejante crista dos poderes solares ou raios do sol.





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