Apocalipse - Cap. 14: Capítulo 14 Pág. 109 / 180

Depois, viu-se porém obrigado a voltar ao velho manuscrito e aos monstros das águas com caudas de serpente; pregou caudas de serpente aos seus próprios cavalos, e deixou-os galopar.

E provável que o apocalipta dos cavalos de enxofre seja responsável pelo «lago de fogo ardente e enxofre» onde as almas dos anjos caídos e dos homens maus são lançadas para arderem até ao final dos tempos. E este lugar agradável é o protótipo do inferno cristão que o Apocalipse especialmente inventou. Os velhos infernos judaicos de Xeol e Geena eram sítios razoavelmente amenos, desconsolados abismos como o Hades, mas desapareceram quando foi criada uma Nova Jerusalém a partir do céu. Faziam parte do velho cosmo e não lhe sobreviveram. Não eram eternos.

Isto, porém, não bastava ao apocalipta do enxofre e a João de Patmos. Precisavam de um pasmoso e medonho lago de fogo sulfuroso que ardesse até ao fim dos séculos para as almas do inimigo poderem lá ficar a retorcer-se. Depois de a terra, o firmamento e toda a criação serem destruídos a seguir ao Juízo Final, e só o céu glorioso restar, ainda haverá nas profundezas este lago de fogo ardente onde as almas sofrem. Ao alto, o céu que refulge de glória, eterna; em baixo, o refulgente e sulfuroso lago das torturas. É esta a visão da eternidade de todos os adeptos de Patmos.





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