Apocalipse - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 114 / 180

Têm poder sobre as águas do céu (a chuva), têm o poder de transformar a água em sangue e atingir a terra com todas as pragas. Prestam o seu testemunho, mas depois são massacradas pela besta que sobe do Abismo. Os seus cadáveres jazem estendidos na rua da grande cidade, e o povo da terra rejubila por ver mortos aqueles dois que o tinham atormentado. Decorridos, porém, três dias e meio, o espírito da vida vem de Deus e entra nos dois mortos, eles põem-se de pé e uma poderosa voz diz no céu: «Subi para cá.» E então eles sobem ao céu numa nuvem, e os seus inimigos contemplam-nos com medo.

Parece que estamos perante o estrato de um mito muito velho relacionado com os misteriosos gémeos, «os petizes», que tinham sobre a natureza humana um poder semelhante. Este trecho da Revelação foi, porém, contrariado pelos apocaliptas judeus e cristãos; e não lhe deram qualquer espécie de significado que seja evidente.

Os gémeos pertencem a um culto muito antigo, na aparência comum a todos os velhos povos da Europa; dir-se-á, contudo, que eram gémeos celestiais e pertenciam ao firmamento. Na Odisseia já eles viviam alternadamente no Céu e no Hades, eram testemunhas de qualquer desses dois lugares quando os Gregos os identificaram com os Tindáridas Castor e Pólux. Podem pois ser, por um lado, os candelabros ou estrelas do céu, e por outro as oliveiras do mundo subterrâneo.





Os capítulos deste livro